Resumo:
TRATA-SE DE PESQUISA QUALITATIVA, ANALISANDO OS PROBLEMAS DO COTIDIANO ESCOLAR VIVENCIADO POR UM GRUPO DE JOVENS EM UM BAIRRO DE CLASSE MÉDIA NA CIDADE DE SÃO PAULO. MUITO SE FALA SOBRE OS PROBLEMAS QUE PERMEIAM A INSTITUIÇÃO, O FRACASSO ESCOLAR E OS ALUNOS CONSIDERADOS PROBLEMAS. POUCO SE DISCUTE SOBRE AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO INTERIOR DAS ESCOLAS. MENOR ÊNFASE AINDA É DADA AO RELATO DOS JOVENS SOBRE SUAS VIVÊNCIAS ESCOLARES E OS MODOS COMO AS EXPERIMENTAM. COM O INTUITO DE ANALISAR ESTA TEMÁTICA, O ASSUNTO FOI ABORDADO A PARTIR DE UMA PESQUISA REALIZADA NO SITE DA COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR ? CAPES ? EM QUE SE PERCEBEU QUE OS ALUNOS TÊM SIDO POUCO OUVIDOS E QUE AS PUBLICAÇÕES ACADÊMICAS ANALISADAS APRESENTAM ?OS SUJEITOS? DAS CLASSES MAIS POBRES E NOS BAIRROS PERIFÉRICOS. O INUSITADO DESTE ESTUDO É EM RELAÇÃO À SUA LOCALIZAÇÃO: UM BAIRRO DE CLASSE MÉDIA NA CIDADE DE SÃO PAULO. PROCUROU-SE OUVIR POR MEIO DE ENTREVISTAS SEMIDIRIGIDAS, OBSERVAR E ANALISAR UM GRUPO DE JOVENS QUE DIARIAMENTE PERMANECE NA PORTA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO E QUE A PRINCÍPIO, IMAGINAVA-SE NÃO ESTUDAR MAIS TRATANDO-SE, POIS, DE UM CASO DE EXCLUSÃO ESCOLAR. COM O DECORRER DO TRABALHO, APREENDEU-SE QUE ELES AINDA ESTÃO MATRICULADOS NA ESCOLA E QUE, EM ALGUNS DIAS ENTRAM E ASSISTEM ÀS AULAS, SEGUNDO PALAVRAS DELES ?DEPENDENDO DO PROFESSOR?. NOS DEMAIS DIAS, PERMANECEM EM SUA PORTA CONVERSANDO, TOCANDO VIOLÃO E FUMANDO. PARA ENTENDER ESTE MOMENTO VIVENCIADO POR ELES, RECORREU-SE A MARTINS (1997) E SAWAIA (1999) E PERCEBE-SE QUE O CONCEITO DE EXCLUSÃO ERA INSUFICIENTE. A PARTIR DESTA LEITURA, COM BASE EM FRELLER (2001), QUE ENFOCA, ENTRE TANTOS ASPECTOS, A NECESSIDADE DE PERTENCIMENTO DOS ALUNOS EM RELAÇÃO À ESCOLA, CONSTRUIU-SE ESTE TEXTO, QUE PASSOU A ANALISAR AS FORMAS DE ESCOLARIZAÇÃO DENOMINADA DE ?PRECÁRIA?. ENTENDER O QUE PERMEIA ESTE ATO DE ?FICAR NA PORTA? LEVOU À REFLEXÃO: TRATA-SE DE UMA RESISTÊNCIA EM NÃO ABANDONAR DEFINITIVAMENTE A INSTITUIÇÃO ESCOLA. O INTERESSANTE É QUE AS AUTORIDADES ESCOLARES PASSAM PELOS JOVENS E NÃO DEMONSTRAM INTERESSE ALGUM EM REINSERI-LOS EM SEUS PAPÉIS DE ALUNOS. ELES, POR SUA VEZ, PARTICIPAM ATIVAMENTE DESTE JOGO DE ENTRAR E SAIR DA INSTITUIÇÃO QUANDO LHES CONVÉM. PRÁTICA ESTA QUE APRENDERAM DENTRO DA ESCOLA QUANDO SEUS PROFESSORES OS RETIRAVAM DA SALA DE AULA E OS DEIXAVAM LIVRES PELOS DEMAIS ESPAÇOS.
