Resumo:
A presente pesquisa teve por objetivo compreender como os alunos da 8ª série do ensino fundamental II, de uma escola da rede privada da cidade de São Paulo, significam a adolescência e o que pensam sobre escola: do que gostam na escola em que estudam, o que é escola e o espaço de sala de aula, e qual seria a escola ideal. O estudo se justifica porque há poucas pesquisas acadêmicas que tratam do tema em questão, preocupando-se, em sua maioria, com aspectos relacionados ao cognitivo e disciplinar dos alunos, e porque precisamos conhecer mais sobre os sentimentos dos alunos para com a escola, no intuito de compreender a relação com o saber que esses apresentam e buscar pistas que possam contribuir para uma prática pedagógica mais eficaz. A coleta de dados envolveu um questionário com questões abertas que foi aplicado a 172 alunos, cuja idade média é de 14 anos. Estando os sujeitos dessa pesquisa, teoricamente, na adolescência, os dados dessa questão foram analisados segundo a psicogenética de Henri Wallon. As conclusões apontam para um sentimento de adolescência como fase de liberdade e de descobertas. Os alunos percebem que há necessidade de ter responsabilidade, porém, entendem como sendo a fase mais feliz da vida (hora de curtir). Nesse contexto, a escola assume um papel de lugar em que se aprende, associado a uma visão de local de relacionamentos, muitas vezes confundida como a sua 2ª casa. No que diz respeito à sala de aula, os alunos a percebem como sendo um local de extensão da sala de estar (relacionamentos) ou como um local de cumprir seu papel como aluno (prestar atenção, fazer o que o professor quer). Há, por parte dos alunos, um sentimento para com a escola na qual estão inseridos, de felicidade, de respeito, de ser um aluno visto por todos integralmente, ou seja, de satisfação. A escola dos sonhos assume, para muitos, características da escola em que estudam.