Resumo:
A questão da violência escolar está inserida entre as mais sérias preocupações educacionais de nosso tempo. No entanto, de acordo com Sposito (1998), é extremamente pequena a produção de pesquisas que em nosso país, contemplam esse tema. A autora nos relata que, entre os anos de 1980-1995, quinze anos, portanto, foram defendidos 6092 trabalhos entre teses de doutorado e dissertações de mestrado. Desse expressivo volume, apenas quatro estudos (duas teses de doutorado e duas dissertações de mestrado) examinaram a violência que atinge a unidade escolar. As análises que buscam enfatizar, especificamente, a violência ou violências que ocorrem na relação professor-aluno, parecem ser mais raras ainda. O nosso interesse em torno deste tema está relacionado com a nossa própria prática docente. Foi a partir da muitas ansiedades que surgiram ao longo de dez anos no magistério público estadual e a percepção pessoal de uma crescente hostilidade entre professores e alunos, que nos fizeram eleger a violência escolar, mais especificamente aquela, ou aquelas, que ocorre no âmbito da relação professor-aluno como objeto de pesquisa. Assim, nosso intento é colaborar no desvelar dessa realidade, investigando a violência que ocorre na relação professor-aluno, já que esta se constitui na relação fundamental da instituição escolar.