Resumen:
O OBJETIVO DA PESQUISA QUE ORIGINOU ESTA DISSERTAÇÃO FOI ANALISAR AS POSSÍVEIS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE VIOLÊNCIA, ESPECIALMENTE AQUELAS CENTRADAS NO CONTEXTO ESCOLAR PARA UM GRUPO DE PRÉ-ADOLESCENTES E ADOLESCENTES, PARA ALCANÇÁ-LO, A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SERGE MOSCOVICI E COLABORADORES, SERVIU COMO EIXO NORTEADOR. A AMOSTRA FOI COMPOSTA POR ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO, DO PERÍODO DIURNO, DE CUIABÁ, SITUADOS NA FAIXA ETÁRIA COMPREENDIDA ENTRE 11 E 15 ANOS. A PESQUISA DIVIDIU-SE EM DUAS FASES INTERLIGADAS. NA PRIMEIRA FASE, EM 2002, ADOTOU-SE UM QUESTIONÁRIO COMO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, APLICADOS A 269 SUJEITOS, EM 30 ESCOLAS SELECIONADAS MEDIANTE SORTEIO. OS RESULTADOS FORAM PROCESSADOS COM O AUXÍLIO DO SOFTWARE SPSS. NA SEGUNDA FASE, EM 2003, UMA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA SERVIU DE INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, EFETUADA EM OITO ESCOLAS, LOCALIZADAS NO MESMO UNIVERSO DA PRIMEIRA. FORAM OUVIDOS 40 SUJEITOS E O MATERIAL VERBAL OBTIDO FOI PREPARADO E SUBMETIDO AO SOFTWARE ALCESTE. AS ANÁLISES REVELARAM QUE OS SUJEITOS PESQUISADOS CONSTROEM SUAS REPRESENTAÇÕES NA INTERAÇÃO COM A FAMÍLIA, COM SEUS COLEGAS, NAS ESCOLAS EM QUE ESTUDAM E PELOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, NOTADAMENTE A TELEVISÃO. A FIGURA MATERNA APARECE COMO A PRINCIPAL INTERLOCUTORA TANTO PARA CONVERSAR SOBRE VIOLÊNCIA, QUANTO PARA CONVERSAR SOBRE OS PROBLEMAS COTIDIANOS. O GRUPO DE AMIGOS EXERCE IMPORTANTE INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS ADOLESCENTES, SOBRETUDO, À MEDIDA QUE VÃO ADQUIRINDO MAIS IDADE. ENTRE OS SIGNIFICADOS DA VIOLÊNCIA, DESTACOU-SE COMPORTAMENTO AGRESSIVO QUE, NO ÂMBITO ESCOLAR, ESTÁ REPRESENTADO NA VIOLÊNCIA GRATUITA, SEM RAZÃO APARENTE. PARA OS ALUNOS AS AGRESSÕES FÍSICAS E VERBAIS, PARECEM SER OS ELEMENTOS QUE CONSTITUEM SUAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE VIOLÊNCIA, PARA A MAIOR PARTE DELES, OBJETIVADAS EM UMA IMAGEM NOCIVA. PESSOA AGRESSIVA ESTÁ OBJETIVADA NO COLEGA MALUDÃO: VALENTÃO, AMEAÇADOR E CAÇADOR DE ENCRENCA. TAMBÉM SE FIZERAM PRESENTES, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE VIOLÊNCIA NA ESCOLA, COMO ALGO CORRIQUEIRO E NATURAL. PORÉM, PERCEBEU-SE INTERPONDO-SE POR TODAS ESSAS REPRESENTAÇÕES, QUE OS JOVENS RELATIVIZAM O QUE SABEM DE VIOLÊNCIA, LEVANDO EM CONTA QUEM A PRATICA, CONTRA QUEM E POR QUE É REALIZADA, ANCORADOS EM CONJUNTOS DE VALORES E NORMAS QUE OS ORIENTAM. A FIGURA DO PROFESSOR SURGE COMO AGENTE POUCO IMPORTANTE NO PROCESSO DE FORMAÇÃO E DE CIRCULAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. ELE É PERCEBIDO COMO FIGURA AUSENTE: APARECE POUCO ENVOLVIDO NAS DISCUSSÕES SOBRE VIOLÊNCIA. ESTA POSTURA PODE ESTAR REVELANDO A DESORIENTAÇÃO DOS PROFESSORES FRENTE AOS PROBLEMAS DE VIOLÊNCIA NA ESCOLA, CONTRIBUINDO ASSIM PARA A FRAGILIZAÇÃO DA AUTORIDADE E PARA A PERDA DO RESPEITO. AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS PARA A MAIORIA DOS SUJEITOS EM RELAÇÃO AO PAPEL DA ESCOLA, É QUE ELA É UM LOCAL PARA ESTUDAR E APRENDER E NÃO UMA ARENA DE LUTA, PARA BRIGAR E BATER NOS OUTROS. ENFIM, CONCORDA-SE COM VÁRIOS AUTORES QUE PESQUISARAM SOBRE ESSE TEMA: NÃO EXISTE VIOLÊNCIA, MAS VIOLÊNCIAS. COM MÚLTIPLAS E COMPLEXAS RAÍZES, E MUITAS FACES. PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO, VIOLÊNCIA, ADOLESCENTES, REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL.