Resumo:
O DISCURSO JORNALÍSTICO SOBRE A REALIDADE DOS JOVENS DAS CLASSES POPULARES ENVOLVIDOS COM FATOS VIOLENTOS LEGITIMA CERTAS MANEIRAS DE PENSAR E ORIENTA, POR PRODUZIR SENTIDOS SOBRE A VIOLÊNCIA E SOBRE OS JOVENS, AS AÇÕES PARA COMBATER A VIOLÊNCIA. ESSA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTA UMA REFLEXÃO SOBRE O JORNALISMO COMO CONHECIMENTO E SOBRE A EDUCAÇÃO NUMA PERSPECTIVA AMPLA QUE INCLUI OS PROCESSOS SOCIAIS, CULTURAIS E POLÍTICOS PRESENTES NA SOCIEDADE. A PESQUISA DE CAMPO FOI REALIZADA DE JULHO A NOVEMBRO DE 2005, COM UM GRUPO DE JOVENS MORADORES DO BAIRRO JACARAÍPE, NA SERRA, CONSIDERADO UM DOS 10 COM MAIOR ÍNDICE DE HOMICÍDIOS DO MUNICÍPIO. TAMBÉM FOI REALIZADA UMA PESQUISA ENVOLVENDO REPORTAGENS DE UM JORNAL DIÁRIO E ENTREVISTAS COM JORNALISTAS. A PERSPECTIVA TEÓRICA DESSE TRABALHO REJEITA A IDÉIA DO JORNALISMO COMO ESPELHO DA REALIDADE E PROPÕE PENSÁ-LO COMO CONSTRUÇÃO. DESSA FORMA, É POSSÍVEL SITUÁ-LO COMO UM PROCESSO EDUCATIVO NÃO FORMAL, QUE INTERPENETRA OS DEMAIS CAMPOS SOCIAIS MODIFICANDO O ESTATUTO DA PERCEPÇÃO. A PARTIR DAS ANÁLISES, FOI POSSÍVEL ESTABELECER UM PARALELO ENTRE AS CONCEPÇÕES DE JUVENTUDE PRESENTES NA IMPRENSA E A PERCEPÇÃO QUE OS JOVENS TÊM DA SUA PRÓPRIA REALIDADE E DA REALIDADE CONSTRUÍDA NAS PÁGINAS DO JORNAL. FOI POSSÍVEL PERCEBER QUE O JOVEM DAS CLASSES POPULARES RETRATADO NAS MATÉRIAS SOBRE VIOLÊNCIA É VISTO PELA IMPRENSA COMO UM SUJEITO AUTÔNOMO, DESCONTEXTUALIZADO DE SUA REALIDADE IMEDIATA E QUE TEM SUA JUVENTUDE LIGADA UNICAMENTE À SUA IDADE. UMA DAS PISTAS ENCONTRADAS AO FINAL DO TRABALHO FOI A POSSIBILIDADE DE CONSIDERAR A PRODUÇÃO JORNALÍSTICA COMO UM DOS ELEMENTOS MEDIADORES DA REALIDADE E, ASSIM, INSERI-LO NAS PROPOSTAS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FORMAL.