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A PESQUISA TEVE COMO OBJETIVO COMPREENDER A NEGOCIAÇÃO DAS IDENTIDADES/DIFERENÇAS CULTURAIS DE ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO NO ESPAÇO ESCOLAR. PARA TANTO, FOI FEITA A ANÁLISE DAS REPRESENTAÇÕES DE CULTURA DOS SUJEITOS INVESTIGADOS, BEM COMO DAS MARCAS COM AS QUAIS SE IDENTIFICAM E COMO REPRESENTAM AS DIFERENÇAS, PARA ASSIM COMPREENDER OS PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO. O TRABALHO INSPIRA-SE NOS ESTUDOS CULTURAIS PÓS-ESTRUTURALISTAS, CAMPO TEÓRICO SEGUNDO O QUAL AS IDENTIDADES E AS DIFERENÇAS NÃO SÃO ESSENCIAIS, FIXAS, IMUTÁVEIS, NEM NATURAIS OU BIOLOGICAMENTE DEFINIDAS. AS IDENTIDADES SÃO O RESULTADO DE UM PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE COM A DIFERENÇA. PORTANTO, NESSE CAMPO TEÓRICO, AS IDENTIDADES/DIFERENÇAS SÃO PRODUZIDAS PELAS RELAÇÕES DE PODER NO TERRITÓRIO DA CULTURA, UM TERRITÓRIO VISTO COMO UM CAMPO DE DISPUTA DE SENTIDOS, CAMPO DE SIGNIFICAÇÃO E (RE-)SIGNIFICAÇÃO, IGUALMENTE ARTICULADO COM RELAÇÕES DE PODER. TAMBÉM OS SUJEITOS INVESTIGADOS, ASSIM COMO TODO SUJEITO DENTRO DESSE CAMPO TEÓRICO, SÃO VISTOS COMO DESCENTRADOS, INSTÁVEIS E CAMBIANTES, PODENDO ASSUMIR DIFERENTES POSIÇÕES, DEPENDENDO DOS CONTEXTOS EM QUE SÃO ACIONADOS E DOS INTERESSES QUE ESTÃO EM JOGO. PARA COMPREENDER AS NEGOCIAÇÕES, RECORREU-SE A ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS, DEBATES COM AS TURMAS, OBSERVAÇÕES E REDAÇÕES, TODOS INSTRUMENTOS VISTOS COMO ATRAVESSADOS PELOS INTERESSES DO PESQUISADOR E DA PESQUISA, PORTANTO SOB HIPÓTESE ALGUMA NEUTROS OU IMPARCIAIS. OBSERVOU-SE QUE OS SUJEITOS INVESTIGADOS CONSTROEM UMA NOÇÃO DE CULTURA VINCULADA À DICOTOMIA ALTA E BAIXA CULTURA, ALÉM DE ASSOCIAREM-NA A QUESTÕES BIOLÓGICAS E NATURAIS. IDENTIFICAM-SE COM A ALTA CULTURA, COM O CONSUMO, SENTEM-SE LIVRES PARA ESCOLHER E TENDEM A VER SUAS VIDAS COMO UMA QUESTÃO DE MÉRITO, FAZENDO COM QUE DIMINUA A APOSTA EM VÍNCULOS COLETIVOS. ARTICULADAS COM ESSAS IDENTIFICAÇÕES, ESTÃO AS REPRESENTAÇÕES DE DIFERENÇAS. PARA OS SUJEITOS INVESTIGADOS, A DIFERENÇA ESTÁ ARTICULADA, ENTRE OUTRAS COISAS, COM OS POBRES, COM PROBLEMA, INFERIORIDADE E DIFERENTES FORMAS DE FALAR A LÍNGUA. FOI POSSÍVEL OBSERVAR ARTICULAÇÕES ENTRE AS REPRESENTAÇÕES QUE OS SUJEITOS FAZEM DE SUAS IDENTIDADES E AS FORMAS UTILIZADAS PARA REPRESENTAREM AS DIFERENÇAS, INCLUSIVE SEU CARÁTER DE NEGOCIAÇÃO. OS SUJEITOS INVESTIGADOS, AINDA QUE MUITAS VEZES QUEIRAM ESTABELECER FRONTEIRAS QUE OS SEPARAM DOS OUTROS, A NEGOCIAÇÃO ACABA MARCANDO PRESENÇA NESSES TEMPOS E ESPAÇOS E EM OUTROS TEMPOS E ESPAÇOS, DESCENTRANDO AS IDENTIDADES DOS SUJEITOS INVESTIGADOS, MOSTRANDO SUA AMBIVALÊNCIA, INSTABILIDADE E LIQUIDEZ, FAZENDO DAS FRONTEIRAS LUGARES DE ENCONTRO, LUGARES DE NEGOCIAÇÃO. |
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