Resumen:
Como manifestação intencional e direta da produção científica de diferentes área de conhecimento, a extensão rural é uma prática social de caráter educativo de grande complexidade, muito embora seja habitualmente referida como a singela forma de divulgação do conhecimento sistematizado. Sua história confirma sua importância e fala de sua grande plasticidade: nascida do desejo coletivo de progresso do país foi a estratégia mais forte da difusão dos anseios de modernidade que prevaleceu durante muitas décadas. Como campo intelectual nascente, estruturou-se pela absorção e sistematização de métodos e teorias das diferentes disciplinas que integram as ciências humanas e pelo respaldo de conceituados centros de produção do conhecimento do país e do exterior. Ela é ao mesmo tempo parte do processo de divulgação científica e parte do campo de experimentação e replicação dos variados conhecimentos que sustentam o saber agronômico. Ela se destina igualmente à comunidade acadêmico-científica e à comunidade dos produtores rurais. Enquanto uma prática social tão somente ela pode ser vista em seus aspectos técnicos e compreendida na eficácia de seus métodos. Como realidade de sentido, ela engloba um conjunto de valores e convicções que corresponde a uma antecipação, uma utopia. Solidários à prática desenvolvida , esses valores e conceitos são mais que a razão da busca por determinados efeitos. São a expressão de desejos e falam dos movimentos de mudança que procuram construir. Tendo se submetido a profundas mudanças de objetivos e métodos ao longo de sua história, o paradigma da extensão rural, na década de 90, rompe-se ao permear-se do discurso e das contendas do ambientalismo de da luta pela posse da terra, correntes no país. Compreender esse processo, revelando os segmentos sociais em ação, este é o propósito desse estudo.