Abstract:
Esta dissertação analisa os pressupostos e propostas do Senai e Senac no campo da educação profissional. O texto foi sistematizado com base em informações colhidas por meio da análise dos principais documentos escritos por essas instituições para reformular seus modelos de ensino e estilo de atuação. A investigação propiciou-nos a apreensão de uma gama de fatores que condicionam o processo administrativo e pedagógico dessas entidades, os quais, segundo elas, estão relacionados às condições sociais e educacionais do país estabelecidas pelas transformações político-econômicas e culturais dos últimos anos. Argumentam que a globalização, a crise do fordismo, o incremento de novas tecnologias e a reestruturação produtiva promovem mudanças e geram novos arranjos organizacionais que alteram as relações de trabalho e requerem um novo perfil de trabalhador exigindo uma revisão de suas políticas e práticas frente à necessidade de adequar-se aos desafios de uma realidade cada vez mais complexa e instável. Além disso, afirmam que o sistema educacional do país é deficiente e atribuem à educação a responsabilidade tanto pela situação econômica da população, como pela má qualidade dos bens e serviços produzidos pelas empresas brasileiras, o que dificulta nossa inserção e permanência no cenário da competitividade internacional. Diante disso, elaboram propostas de ação partindo do princípio de que cabe à educação profissional a missão de oferecer ao trabalhador empregabilidade, para que sobreviva num contexto cada vez mais flexível e exigente, e também resgate sua condição de cidadania. Por fim, identificamos semelhanças e diferenças nas análises apresentadas nos documentos do Senai e Senac que, apesar de aparentemente críticas, revelam os limites do delineamento de um projeto de educação profissional voltado aos interesses do capital.