Resumen:
Tendo em vista a grande precariedade do mercado de trabalho, resultado das transformações do capitalismo contemporâneo, esta dissertação tem por objetivo investigar a viabilidade e as dificuldades enfrentadas pela proposta política da CUT por meio da sua Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS) que resgata o cooperativismo autogestionário da economia solidária entendido como um patrimônio centenário dos trabalhadores devendo ser reavivado e expandido como algo além de uma forma de combate ao desemprego estrutural, ou seja, como um instrumento da revolução socialista. Para tanto, utilizando como referencial teórico Antonio Gramsci, cujos pensamentos embasam também a educação cutista, esta pesquisa analisa documentos da central que trazem o processo de organização da proposta desde seus debates iniciais, passando por literatura pertinente à questão da relação entre sindicatos, cooperativas e Estado no Brasil, bem como dos debates entre utópicos, anarquistas e marxistas sobre o tema. Dado esse percurso, as reflexões tornaram possível constatar que tal projeto dentro do cenário vivido aponta para uma frágil probabilidade de emancipação da classe trabalhadora, considerando-se as raízes históricas da relação entre cooperativismo e sindicalismo, assim como as características das estruturas que formam a realidade social brasileira, indicando que a proposta política da ADS é uma tentativa de reconstrução do campo de atuação sindical, não se caracterizando, porém, como potencial revolucionário.