Resumen:
Trata-se de uma investigação que estudou uma experiência ecológica integral no Uruguai, em montevidéo, a denominada Comunidad del Sur. Buscou-se enfocar, de forma particular, nos quadros daquela metrópole latino-americana, o processo de constituição e desenvolvimento desta experiência comunitária, procurando destacar as matrizes que inspiram o seu discurso e a sua prática, bem como intentou-se caracterizar suas diferentes fases, analisando, particularmente, como foi forjado o seu projeto eco-comunitário. Por outro viés, procurou-se, a partir da própria identidade sócio-cultural que aquela comunidade foi experimentando e construindo, que envolve questões ligadas ao conceito de natureza, de poder, de comunidade, de cultura, de utopia, de luta cultural, de consumo, de convivência, de transformação social, de ecologia social e autogestão, identificar um conceito e uma prática de Educação Ambiental (EA). A pesquisa foi tomando forma, primeiramente, a partir de um esforço no sentido de construir um quadro que evidenciasse os problelmas ecológicos vivenciados pela sociedade contemporânea e, nesse contexto, identificando a emergência de uma nova mentalidade ambiental no contexto dos movimentos ecológicos e dos novos movimentos sociais. Na seqüência, enveredou no debate sobre o surgimento do paradigma da vida alternativa, percorrendo a trejatória que se estende da cultura underground à consolidação mesmo dos novos movimentos sociais. Ato contínuo, a partir do suporte anteriormente construído, focalizou-se analisou-se detalhadamente o processo de constituição e trejatória histórica da Comunidad del Sul, enquanto uma outra possibilidade de ser e fazer. E, na última parte do trabalho, buscou-se, nos quadros da constituição da Educação Ambiental enquanto um movimento, delinear um conceito de Educação Ambiental, tomado como referência para se estabelecer conexões com as práticas e os valores que sustentam o projeto Eco-Sur (Projeto Eco-Comunitário da Comunidad del Sur). Como conclusão, inferimos, a partir da noção de uma Educação Ambiental enquanto um processo de educação permanente de intervenção político-pedagógico, podendo estar presente em todos os espaços que educam o cidadão e a cidadã, que objetiva a transformação social, através de novas relações entre natureza e sociedade, na afirmação de uma sociedade de direitos e ambientalmente justa, que a EA no contexto daquele projeto eco-comunitário concretiza-se na seguinte perspectiva: "à medida que o grupo pauta sua experiência em valores éticos, estéticos, libertários e humanistas, respeitando a diversidade, descentralizando a prática do poder, buscando a transformação do sistema produtivo e do consumo, estimulando a soliedariedade, a afetividade, cooperação e desenvolvendo a criatividade e novas formas de sensibilidade".