Abstract:
A PRESENTE DISSERTAÇÃO PROPÕE-SE A AMPLIAR O LEQUE DE ELEMENTOS QUE PERMITAM FORMULAR HIPÓTESES EXPLICATIVAS SOBRE OS DIRECIONAMENTOS DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO. ASSIM, INICIALMENTE, CARACTERIZOU-SE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO COMO COMPONENTE DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO ESTADO BRASILEIRO NA SEGUNDA METADE DOS ANOS DE 1990, EM RELAÇÃO ÀS MUDANÇAS NA ECONOMIA E NO TRABALHO OCORRIDAS NO CAPITALISMO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX E SUA EXPRESSÃO NO BRASIL. A SEGUIR, FORAM EXPOSTOS OS ARGUMENTOS DOS PROPOSITORES DA REFORMA SOBRE SUA URGÊNCIA E SOBRE OS DIRECIONAMENTOS ADOTADOS, EM CONFRONTO COM OS ARGUMENTOS DOS AUTORES QUE LHE FAZEM A CRÍTICA. PARA OS PROPOSITORES DA REFORMA, DADA A SEMELHANÇA DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS, TANTO À INSERÇÃO PROFISSIONAL QUANTO À VIDA CIDADÃ, A REFERÊNCIA PRINCIPAL PARA A DEFINIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NA ESCOLA SERIAM AS DEMANDAS DO SETOR PRODUTIVO. OS AUTORES QUE FAZEM A CRÍTICA À REFORMA APONTAM PARA A INADEQUAÇÃO DA SUBORDINAÇÃO DA ESCOLA À PRODUÇÃO DADO AO UTILITARISMO E AO REDUCIONISMO QUE ESTA PROPOSTA ENCERRA. A PARTIR DA PROBLEMATIZAÇÃO DESSA PRETENSA ARTICULAÇÃO MAIS PRÓXIMA ENTRE ENSINO MÉDIO E SETOR PRODUTIVO, O TRABALHO TOMOU, NÃO O OLHAR DA ESCOLA, MAS DE EMPRESAS DE RECURSOS HUMANOS ? COMPREENDIDAS COMO EXPRESSÃO OBJETIVADA DAS DEMANDAS DE MERCADO ?, E DE EGRESSOS DO ENSINO MÉDIO ? VISÃO DE JOVENS TRABALHADORES ?, SOBRE A PRETENSA VINCULAÇÃO ENTRE O ENSINO MÉDIO E AS DEMANDAS DO MERCADO DE TRABALHO EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA. A SEGUIR BUSCOU-SE TRAÇAR UM PANORAMA DAS CONDIÇÕES DE INSERÇÃO NO TRABALHO DO JOVEM EGRESSO DO ENSINO MÉDIO EM CURITIBA, PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO À TENDÊNCIA DE AMPLIAÇÃO DO NÍVEL DE ESCOLARIDADE. OS ELEMENTOS TRAZIDOS DA REVISÃO DE LITERATURA DIRECIONARAM A ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA E TAMBÉM A ANÁLISE DOS DEPOIMENTOS COLHIDOS. ESTES APONTARAM ALGUNS ELEMENTOS QUE, APARENTEMENTE, PERMITEM REAFIRMAR A POSIÇÃO DOS AUTORES QUE FAZEM A CRÍTICA À DEFINIÇÃO DO SETOR PRODUTIVO COMO REFERÊNCIA PARA A REFORMA. ALÉM DISSO, APONTAM PARA A POUCA EFETIVIDADE DA REFORMA, TANTO NO QUE SE REFERE À AMPLIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DE INSERÇÃO NO TRABALHO, QUANTO NO QUE DIZ RESPEITO AO ACESSO A PATAMARES MAIS ELEVADOS DE COMPREENSÃO DA REALIDADE POR PARTE DOS JOVENS. POR OUTRO LADO, DEMONSTRAM QUE HOUVE ELEVAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DE ESCOLARIDADE PELO MERCADO, DE FORMA QUE, APARENTEMENTE, O ENSINO MÉDIO SE TORNOU O PATAMAR MÍNIMO PARA CONCORRER AOS POSTOS DE TRABALHO FORMAIS, MESMO QUE EM FUNÇÕES DE BAIXO CONTEÚDO INTELECTUAL. É IMPORTANTE REGISTRAR QUE A PESQUISA PRIORIZOU O SETOR SECUNDÁRIO, APONTADO COMO MAIOR ABSORVEDOR DE MÃO-DE-OBRA JUVENIL, E NÃO DOS SETORES DE PONTA, ONDE, EM TESE, SERIA DEMANDADO O MAIOR DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS COGNITIVAS. POR ISSO MESMO, APONTA PARA A NECESSIDADE DE APROFUNDAR OS ESTUDOS, POR DENTRO E POR FORA DA ESCOLA, SOBRE OS DIRECIONAMENTOS DA REFORMA E, COM ISSO, FAVORECER A CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS PEDAGÓGICAS QUE TENHAM COMO HORIZONTE O ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES DAS CLASSES-QUE-VIVEM-DO-TRABALHO.