Resumo:
O DEBATE SOBRE A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E TRABALHO VOLTA COM FORÇA A PARTIR DA REFORMA DA EDUCAÇÃO TÉCNICA-PROFISSIONAL DE 1997. A RELAÇÃO ENTRE ESSA MODALIDADE DE ENSINO COM OS DEMAIS NÍVEIS E, EM ESPECIAL, SUA RELAÇÃO COM O MUNDO DO TRABALHO PASSA A DESAFIAR DIFERENTES ATORES: GOVERNO, EMPRESÁRIOS, PROFESSORES, ALUNOS, TRABALHADORES, INTELECTUAIS, NA BUSCA DE DEFINIÇÕES E PROCEDIMENTOS CAPAZES DE DAR CONTA ÀS NOVAS NECESSIDADES ORIUNDAS DA RECONFIGURAÇÃO DOS PROCESSOS PRODUTIVOS. A PRESENTE DISSERTAÇÃO PROCURA CONTRIBUIR PARA O DEBATE SOBRE A INSERÇÃO PROFISSIONAL DOS JOVENS A PARTIR DA EDUCAÇÃO TÉCNICA-PROFISSIONAL. PARA TANTO PROPÕE A DISCUSSÃO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESCOLARIDADE E EMPREGO, AS NOÇÕES DE COMPETÊNCIA COMO ORGANIZADORA DA EDUCAÇÃO TÉCNICA COMO CONTRAPONTO ÀS VISÕES HERDADAS DO MERCADO DO TRABALHO E DA FUNÇÃO DAS ESCOLAS, TANTO NO DESENVOLVIMENTO DESSAS COMPETÊNCIAS QUANTO COMO REDE DE RELACIONAMENTO CAPAZ DE PATROCINAR O ACESSO AO EMPREGO DESSES JOVENS. NESTE TRABALHO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DAS MAIS RECENTES PESQUISAS QUE RELACIONAM O NÍVEL DE ESCOLARIDADE E EMPREGO E AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES SOBRE COMPETÊNCIA E SEU PAPEL NA ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO TÉCNICA. TAMBÉM É FEITO UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, INCLUINDO A ESCOLA TÉCNICA DA UFRGS E DO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA, LOCAL ONDE FOI REALIZADA A PESQUISA. O ESTUDO DE CASO ENVOLVE ALUNOS FORMANDOS DO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA DA ESCOLA TÉCNICA DA UFRGS, CUJO OBJETIVO PRINCIPAL É O DE APRESENTAR UM OLHAR DISTINTO DAQUELE QUE VEM SENDO SISTEMATICAMENTE NORTEADOR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. PRETENDE-SE COMPREENDER OS FATORES QUE LEVAM OS JOVENS A BUSCAR ESSA MODALIDADE DE ENSINO: SUAS MOTIVAÇÕES, O ENTENDIMENTO QUE POSSUEM SOBRE COMPETÊNCIA COMO ORGANIZADORA DOS CURRÍCULOS ESCOLARES E ESTRUTURADORA DOS POSTOS DE TRABALHO. O RESULTADO LEVA AO SONHO DE QUE SEJA POSSÍVEL, DE ALGUMA FORMA, CONSTRUIR UMA IDÉIA DE EDUCAÇÃO TÉCNICA-PROFISSIONAL QUE NÃO FIQUE REFÉM DOS INTERESSES MERCADOLÓGICOS OU COMO POLÍTICA PÚBLICA COMPENSATÓRIA, MAS COMO PARTE DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE CIDADANIA QUE TENHA O TRABALHO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO. OBSERVA-SE QUE OS ESTUDANTES QUE BUSCAM ESSA MODALIDADE DE ENSINO SÃO PARTE INTEGRANTE DOS GRUPOS SOCIAIS MAIS VULNERÁVEIS ÀS CONSEQÜÊNCIAS DA RETRAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO. A ESCOLA PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO É RECONHECIDA TANTO COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM QUANTO DE REDE DE RELACIONAMENTO, FACILITADORES DA INSERÇÃO PROFISSIONAL.