Resumo:
O Movimento pela Sobrevivência da Transamazônica (MPST) e o Laboratório Agro-Ecológico da Transamazônica (LAET) decidiram, em agosto de 1993, juntar forças e constituíram um Programa de Pesquisa-Formação-Desenvolvimento (PAET). Este previa que as demandas seriam definidas, negociadas e realizadas em conjunto. Neste sentido, tanto o MPST quanto o LAET estariam autorizados a apresentar suas demandas de pesquisa. Esses atores, agora na situação de parceiros, pretendiam romper com relações historicamente marcadas por clientelismo, paternalismo, autoritarismo e poder e, juntos, construir um espaço de relações baseadas em diálogo. Esta análise assume importância na medida em que possibilita pensar as ações e as relações entre agentes de desenvolvimento, pesquisadores e agricultores, quando estes colocam em prática projetos negociados conjuntamente. Utilizou-se uma perspectiva metodológica que possibilitou reunir contribuições diversas, na medida em que se mostrassem adequadas para a análise da problemática. As categorias e conceitos foram ao longo do texto utlizados em aberto para, somente ao final, emergirem com contornos precisos.