Abstract:
Nos últimos anos, o litoral norte do estado de são paulo vem passando por vários problemas com a ocupação desordenada do solo e a exploração turística. As prefeituras parecem não se dar conta desse processo, e não possuem programas eficientes de educação ambiental para desenvolver uma consciência crítica na população, transferindo, muitas vezes, a sua responsabilidade para as organizações não governamentais (ONGs). O presente trabalho teve por objetivo, investigar como se insere a educação ambiental no contexto das organizações ambientalistas do litoral norte do estado de São Paulo. Para tal, utilizou-se entrevistas com alguns ativistas das ONGs e membros da comunidade, além da coleta de dados através de sites na internet. A preocupação com a conscientização e com formas de participação na gestão pública da população nos permite considerar, de forma geral, que as ONGs ambientalistas analisadas se empenham em fazer com que as comunidades pobres encontrem soluções para os seus problemas, e em passar informações à população para uma formação moral e o desenvolvimento da cidadania. Apesar de todos os ativistas terem um ideal comum – a defesa e a recuperação do meio ambiente –, em geral, não têm uma posição clara sobre educação ambiental. Mantêm um discurso, às vezes emancipatório, mas com práticas conservadoras, disciplinatórias, como é o caso de projetos na área de reciclagem de lixo e mutirões de limpeza das praias. Não só reclamam da falta de apoio como acusam as prefeituras de não cumprirem a lei de zoneamento ambiental, entre outros problemas. Em muitos casos, é unicamente por meio das ONGs que a educação ambiental chega até à comunidade local, seja de modo informal, ou através de projetos realizados nas escolas, com as comunidades de moradores, maricultores, pescadores e surfistas. Os resultados indicam que as ONGs vêm contribuindo para que os moradores e freqüentadores das praias do litoral norte do estado de São Paulo se sensibilizem em relação aos problemas ambientais, ao mesmo tempo que mostram o quanto ainda há por fazer em termos de ampliação dos canais de participação política, uso e conservação dos recurso naturais.