Resumo:
Análise comparativa entre a chamada “cultura erudita”, brasileira, centralizada no sistema educacional, e uma cultura popular, sendo que a essas duas faixas a sociedade urbano-capitalista acrescentou outras duas: a cultura criadora e a cultura de massas. O estudo se concentra na educação ministrada nas casas de culto afro-brasileiras, como o Candomblé. A religião institucionalizada educa para si própria e para a sociedade, onde já existe um sistema organizado para a formação cultural do povo; já a educação no Candomblé é intrinsecamente a transmissão do credo e do culto, gradual e ritualística, para aqueles que se iniciam, salientando-se que, no Candomblé, há uma certa uniformidade de comportamento e de visão de mundo de seus componentes, a fim de garantir a continuidade e a legitimação do seu sistema religioso, social e cultural. O presente estudo concentra as suas reflexões nas casas de culto do ABC Paulista, em cujas propostas educacionais confirma-se a estratégia básica da luta pela inclusão social e o exercício da cidadania. Com esse procedimento, o processo educativo desenvolvido proporciona a persistência da religião, além de valorizar a raça negra através de atividades que realmente auxiliam o crescimento e o desenvolvimento da intelectualidade no tocante à cultura e à história de um povo, sob o amparo da Lei 10.639/03.