Abstract:
O presente trabalho se constitui num estudo que busca identificar o processo de desenvolvimento das cooperativas populares, objetivando verificar se elas podem se constituir em uma forma de mudança ao atual modelo econômico, promovendo o desenvolvimento integral das pessoas. Os dados foram obtidos por meio dos registros e documentos de 07 cooperativas e através de questionários respondidos por 42 associados destas cooperativas. Para análise dos dados utilizou-se de procedimentos estatísticos descritivos, análise de conteúdos e análise documental. A caracterização da população estudada revela que as cooperativas apresentam uma estrutura organizacional uniforme. As evidências apontam estágios de desenvolvimento diversificado para cada uma das cooperativas populares. Os cooperados duvidam da força e eficácia das cooperativas para obtenção de resultados econômicos, reconhecendo relativa contribuição aos aspectos sociais e políticos em sua vida concreta. A geração de trabalho e renda, portanto, é insuficiente, mesmo porque, não há alternativa no cooperativismo, diante do desemprego. Considerando os posicionamentos dos respondentes, embora todos valorizem o sistema cooperativo, poderíamos dizer que as cooperativas estão diante de um impasse: - Como sobreviver enquanto cooperativa, mantendo seus princípios sem se submeter às regras de uma sociedade que defende o oposto? - Como ser um modo alternativo se está permanentemente sendo colocado em xeque, em dúvida? - Como ser um modo comunitário de vida, enquanto não têm educação comunitária? - Como ser um modo de subsistência cooperativo, sem um programa de formação? Finalizando, poderíamos dizer que uma possibilidade para estes impasses seria considerar algumas tarefas como metas a serem atingidas: - Garantir o modo cooperativo e participativo do grupo de cooperados (auto-gestão), no processo em sua totalidade (produção, organização e distribuição); - Garantir processos de formação e capacitação técnicas orientados por uma filosofia democrática e participativa.