Resumen:
A pesquisa que resultou nesta dissertação percorreu o caminho inverso à sua estrutura textual. Iniciou-se com a descoberta de alguns textos sobre a Campanha da Fraternidade, cujo interesse foi despertado tanto pelos temas como pela forma de
organização. Neles, eram propostas diversas atividades tendo como centro um tema
específico. As Campanhas da Fraternidade de 1975 e de 1985 discutiam questões amplas como a miséria, o analfabetismo, a fome e a distribuição de bens.
Observou-se também que a via sacra, a missa da quarta-feira de cinzas e as músicas sacras constituíam-se em um meio de inserção dessas campanhas nos meios de comunicação social. Era visível o seu conteúdo educativo.
Mais tarde, a preocupação da pesquisa centrou-se em compreender as diferenças entre o projeto político da Igreja em sua forma oficial, do qual faziam parte as Campanhas, e o projeto político da Teologia da Libertação. Evidentemente, os textos da Campanha não respondiam satisfatoriamente às necessidades de uma pesquisa mais ampla, motivo pelo qual procuraram-se outros documentos que demonstrassem a origem do projeto nela explicitado. A Campanha da Fraternidade aparecia então, como um movimento secundário, derivado de uma estrutura mais ampla que lhe determinava o conteúdo.
Assim, procurou-se investigar nos documentos oficiais da Igreja a inspiração para as ações dos diversos grupos religiosos oficializados por essa mesma instituição.
As conclusões das duas Grandes Conferências Episcopais demonstram que a fonte doutrinai da qual era tributária a Campanha da Fraternidade e seu caráter catequético,
litúrgico e educativo tinha origem nas detenninações de Medellín e Puebla. Até a
preocupação com a utilização dos meios de comunicação social não era original: Medellín e Puebla orientavam nesse sentido. Percebeu-se, portanto, que a Campanha
era no Brasil uma resposta à renovação iniciada em Medellín e continuada em Puebla.
Era uma verdadeira estratégia de educação da Igreja Católica junto aos fiéis e à sociedade.