Abstract:
Esta pesquisa apresenta o estudo sobre as transformações sócio-ambientais observadas no sétimo e oitavo distritos da Colônia de Pelotas, a partir da criação e atuação do Núcleo de Educação Ambiental (NEA), com a implantação da Agenda 21 local. Com isso, objetivamos avaliar durante um ano de atuação deste (NEA), as possíveis transformações no que tange aos seus conhecimentos, habilidades, valores, comportamentos e capacidade de avaliação dos problemas sociais, econômicos e ambientais sobre Educação Ambiental e suas complexidades, permitem a reflexão sobre o papel destes nas transformações político-econômico-sociais; com isso, o desenvolvimento da ética ambiental, permitindo ampliar a visão da complexidade e das conexões que se estabelecem entre os seres. A transformação social constitui-se o ponto chave para avaliar o processo de implantação de agendas locais. A governança local tornando-se um dos mais importantes mecanismos de inovação democrática e ambiental. Esse processo, contudo, desafia, de maneira radical, as práticas ambientais, sociais e econômicas tradicionais e vigentes na esfera municipal. Cabe salientarmos que a metodologia utilizada é a pesquisa-ação-participante, com a qual nos envolvemos de modo cooperativo, participativo. A aprendizagem se deu de modo que a ação realizada, ao mesmo tempo em que nos forma, também oferece informações para a construção de novos conhecimentos, incrementando continuamente o processo, de modo coletivo, por meio de formação de multiplicadores, que aprendem, produzem seu conhecimento e compartilham com os demais. Diante disso, entendem, ao mesmo tempo, o valor da participação comunitária. Através do método de entrevista gravada e escrita, foi possível conhecermos como pensa, sente e age a comunidade diante dos problemas sócio-ambientais enfrentados por eles e o que esperam da Agenda 21. A partir da compreensão do que é Agenda 21, e como ela pode favorecer as práticas políticas sociais, utilizamo-nos dos informativos do Ministério do Meio Ambiente e da Agenda 21 Nacional. Os dados revelam que a Agenda 21, por si só, não constitui o único instrumento que devemos utilizar para desenvolvermos um trabalho de conscientização e desenvolvimento da ética ambiental; mas quando levado a sério poderá ser um decisivo instrumento para prática de Educação Ambiental multiplicadora e mobilizadora. Poderá, portanto, proporcionar relevantes resultados sociais: auxiliar, no caso de Pelotas, na construção de um ecosolidarismo, nos projetos criados a partir das necessidades da comunidade local. Por sua vez, podemos destacar o salutar convívio que os moradores têm com o ambiente, mostrando a importância deste para a sobrevivência de todos os seres, considerando o ser humano mais um integrante deste universo chamado terra. Esses indivíduos esperam a lutam para que, através da Agenda 21, desenvolvam-se políticas públicas sérias, comprometidas com os socialmente menos desfavorecidos. Anseiam, ainda, que possam ter justiça social, e assim, uma melhoria não apenas na qualidade de vida, mas também no local onde moram.