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As tecnologias da informação e da comunicação transformaram nossas vidas, nossas casas, as ruas, bancos, shoppings, as relações humanas, nossas expectativas, limites e possibilidades. Entretanto, as salas de aula permaneceram intactas, com estruturas e processos antiquados, reproduzindo um modelo de sociedade bipolarizado, em que os mais fortes falam e os mais fracos calam. Os mais fortes, a velha classe burguesa, com escolas comprometidas com a formação epistemológica de seus pupilos, futuros produtores de conhecimento, preparados para solucionar problemas. Os mais fracos, a plebe explorada e miserável, inseridos em processos formativos reprodutores da informação, preparados para operar ordenada e controladamente o maquinário burguês. Processos e estruturas educacionais diferenciados para públicos diferenciados, com expectativas diferenciadas: alguns chegam a dizer que a estrutura de dominantes e dominados é parte da natureza humana, numa visão determinista que pretende, tanto quanto toda a estrutura educacional vigente, sustentar o projeto neoliberal de sociedade. A educação que produz conhecimento politicamente comprometido busca discutir as questões estéticas e éticas da produção do saber, assumindo esta produção como uma ação consciente e crítica, responsável e objetiva, ideológica e etnológica, tecnológica e metodológica, uma educação que promove a reflexão sobre as relações e estruturas da sociedade neoliberal e vislumbra a possibilidade de uma realidade diferente, menos polarizada, controlada, ordenada, e com mais oportunidades, liberdade, autonomia, justiça social. A mudança é possível. As tecnologias são exemplos vivos do movimento humano, da produção do saber que forma, conforma e transforma a vida, não é possível controlá-las, ordená-las, submetê-las ao completo domínio humano, nem possível, nem necessário, nem desejado. Deixemos que a vida siga seu rumo, que o tempo se mova, que as tecnologias transformem: vamos nos concentrar na produção de conhecimento humano, na consciência ética-política de nossas produções, e na crença de que podemos formar, conformar e transformar a vida, sonhando, propondo e realizando um mundo mais humano e justo. Como objeto de estudo desta dissertação, uma experiência com adolescentes do curso de aprendizagem industrial básico do Senai/BA, utilizando sistemas de videoconferência e um portal de aprendizagem na internet, reforçando a identificação de oportunidades transformadoras, as "brechas" do sistema. É preciso acreditar que a mudança é possível. |
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