Resumen:
AO NASCER O INDIVÍDUO SE INSERE E SE SUBMETE A MODELOS SOCIAIS DE COMPORTAMENTOS, SÍMBOLOS, E RESTRIÇÕES. A SOCIEDADE MODERNA COMPETITIVA IMPÕE DESAFIOS COMPLEXOS, INSTIGANTES E QUE SÃO ENFRENTADOS PELO JOVEM DE MANEIRA ANGUSTIANTE, ONDE AS OPÇÕES, ÀS VEZES INSATISFATÓRIAS, EXIGEM URGÊNCIA DE ESCOLHAS, NUMA EXTENSA VARIEDADE DE RELAÇÕES. A SOCIEDADE MODERNA, NA SUA EXPRESSÃO FUNCIONAL, ATRAVÉS DE CONTROLES DIFUSOS E OPRESSÃO INFORMAL, EDUCA PARA A SUBMISSÃO ÀS NORMAS E COMPORTAMENTOS. SOCIALIZA COM INTOLERÂNCIA ÀS FRAQUEZAS PESSOAIS, À INSEGURANÇA, ÀS INSATISFAÇÕES E DENTRO DESTE QUADRO SOCIAL, MUITOS SÃO OS JOVENS INDUZIDOS À PERDA DE PONTOS DE REFERÊNCIA, ESTEREOTIPADOS MORALMENTE, LANÇADOS AO ISOLAMENTO SOCIAL, DESESPERO, SOFRIMENTO. A PESQUISA REALIZA UM ESTUDO SOCIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES PSIQUIÁTRICAS JUVENIS, ABORDANDO AS DIMENSÕES SOCIAIS DO SEU SOFRIMENTO PSÍQUICO, OS DESDOBRAMENTOS E AS IMPLICAÇÕES DESSE PROCESSO NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES INSTITUCIONAIS. REALIZADO NO INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DE SANTA CATARINA, NO PERÍODO ENTRE 2002 À 2004, O ESTUDO ENVOLVEU UM LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO EM MAIS DE 60 MIL PRONTUÁRIOS, ENTREVISTANDO JOVENS ENTRE 14 E 25 ANOS E SEUS FAMILIARES, QUE CONTAM SUAS HISTÓRIAS, DEPOIMENTOS E SITUAÇÕES VIVENCIADAS SOBRE FATOS E EXPERIÊNCIAS DE VIDA. ANALISOU-SE OS ESPAÇOS DE SOCIALIZAÇÃO DOS JOVENS COM ÊNFASE NA FAMÍLIA E NA ESCOLA, VISANDO COMPREENDER SUAS INFLUÊNCIAS NUMA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, BEM COMO A INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA E SUAS PRÁTICAS, PARA IDENTIFICAÇÃO DAS RELAÇÕES A QUE SE SUBMETEM OS JOVENS QUANDO DA SUA INTERNAÇÃO. CONCLUIU-SE QUE SÃO MUITAS AS DIFICULDADES QUE TANTO A FAMÍLIA QUANTO A ESCOLA TÊM EM TRABALHAR OS CONFLITOS QUE SURGEM NO COTIDIANO, ASSIM COMO OS PROBLEMAS QUE SE DESDOBRAM DA CONVIVÊNCIA COM AS DIFERENÇAS, COM A DIVERSIDADE DE COMPORTAMENTOS E IDENTIDADES DOS SEUS JOVENS. OS ESTEREÓTIPOS, AS CLASSIFICAÇÕES DOS ATESTADOS, DOS RÓTULOS E DO ESTIGMA QUE LHES SÃO ATRIBUÍDOS E O PRECONCEITO, TAMBÉM SE MANIFESTAM COMO FATORES IMPORTANTES NAS DIFICULDADES DESSES JOVENS. REVELOU-SE O PARADOXO PRESENTE NAS RELAÇÕES FAMILIARES, QUANDO CADA MEMBRO ESTABELECE UM CONTROLE DA VIDA INTERIOR DO OUTRO A FIM DE PRESERVAR A SUA PRÓPRIA. ENTRE OS FAMILIARES MAIS PRÓXIMOS QUE CONVIVEM DIRETAMENTE COM OS JOVENS É GRANDE A CARGA DE CONFLITOS, CULPA, PESSIMISMO POR NÃO CONSEGUIREM ENCONTRAR SAÍDAS SOBRE OS PROBLEMAS ENFRENTADOS E ISOLAMENTO SOCIAL A QUE FICAM SUJEITOS. FICARAM EVIDENTES AS DIFICULDADES MATERIAIS DA VIDA COTIDIANA, AS COMPLEXIDADES DO RELACIONAMENTO COM O JOVEM DE EXPECTATIVA FRUSTRADA DE ?CURA?, BEM COMO O DESCONHECIMENTO DA ?DOENÇA? ASSIM ATESTADA E DIAGNOSTICADA.