Resumo:
Esta dissertação se insere no campo geral da História da Educação no Brasil, particularmente no campo da História das Instituições Escolares. Nela se analisa, a partir de pesquisa realizada em fontes documentais primárias, as práticas de formação de professores, no curso normal regional Sandoval Soares de Azevedo, em Ibirité, Minas Gerais. Criada e dirigida por Helena Antipoff, essa instituição se constituiu num núcleo de referência na formação de professores para o ensino rural, no período compreendido entre 1950 e 1970. A pesquisa, de natureza qualitativa, teve como fonte privilegiada os diários escritos pelas alunas, no período de 1956-1959. Considerados pela escola como um dispositivo de formação dos futuros professores, neles as alunas registravam as práticas de formação desenvolvidas no interior da escola. Do ponto de vista teórico, a pesquisa se baseou nos estudos sobre cultura escolar, desenvolvidos por Escolano (1998), Juliá (2001, 2002) e Faria Filho (2000, 2002, 2005). Seus resultados indicam que a preocupação com a formação de professores rurais, neste período, fazia parte de um projeto mais amplo de fixação do homem no campo. Indicam ainda que, se a experiência desenvolvida pelo curso normal regional Sandoval Soares de Azevedo atingiu seu objetivo no sentido de preparar bem a professora, entretanto não atingiu sua finalidade – preparar quadros docentes para atuar no ensino rural –, uma vez que os professores aí formados foram absorvidos pelo sistema escolar urbano, onde atuaram com sucesso.