Resumo:
O PRESENTE ESTUDO INVESTIGOU COMO MULHERES ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA SE RELACIONAM COM A APRENDIZAGEM DO CONHECIMENTO ESCOLAR, COMO SE PERCEBEM E QUE SENTIMENTOS VIVENCIAM EM RELAÇÃO AO GÊNERO E À SEXUALIDADE. PRETENDEU TAMBÉM EXAMINAR COMO SE MOSTRAM AS POSSIBILIDADES E AS LIMITAÇÕES DE UM TRABALHO INSTITUCIONAL COM ESSAS ADOLESCENTES. O MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO FOI O ESTUDO DE CASO NA SUA MODALIDADE QUALITATIVA, SENDO UTILIZADA A ANÁLISE DE CONTEÚDO PARA TRABALHAR OS DADOS TAMBÉM NA MODALIDADE QUALITATIVA. O TRABALHO DE CAMPO FOI REALIZADO DURANTE O ANO DE 2000 EM UMA INSTITUIÇÃO ABERTA QUE ATUA DIRETAMENTE NO ATENDIMENTO A ESSAS ADOLESCENTES. O NÚMERO DE SUJEITOS DA PESQUISA FOI DE SETE MULHERES ADOLESCENTES COM IDADES ENTRE TREZE E DEZESSETE ANOS. OS DADOS FORAM COLETADOS POR MEIO DE OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE, OBSERVAÇÕES INDIVIDUAIS E EM PEQUENOS GRUPOS, ENTREVISTAS SEMIDIRIGIDAS INDIVIDUAIS E ANÁLISE DE DOCUMENTOS. COM BASE EM UMA PERSPECTIVA PSICODINÂMICA, OS RESULTADOS DA PESQUISA APONTAM QUE ESSAS ADOLESCENTES ESTABELECEM COM A APRENDIZAGEM DO CONHECIMENTO ESCOLAR UMA RELAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE POR VIVENCIAREM SENTIMENTOS DE INCAPACIDADE PARA A APRENDIZAGEM DE TAL CONHECIMENTO. EM RELAÇÃO A COMO SE PERCEBEM E QUE SENTIMENTOS VIVENCIAM QUANTO AO GÊNERO E À SEXUALIDADE, CONSTATA-SE A REPRODUÇÃO CULTURAL E SOCIAL DO GÊNERO E SUAS IMPLICAÇÕES COM A SEXUALIDADE E A MATERNIDADE, VIVIDAS COM GRANDE AMBIVALÊNCIA. A SEXUALIDADE NÃO É VIVIDA COM PRAZER, MAS COMO ALGO QUE DEVE SER SUPORTADO. A IDÉIA DE QUE SER MULHER É VIVER UMA VIDA DE SOFRIMENTO E DE SUBMISSÃO ESTÁ PRESENTE NA CONCEPÇÃO DESSAS MENINAS. QUANTO AO TRABALHO INSTITUCIONAL COM ESSAS ADOLESCENTES, VERIFICA-SE QUE, APESAR DE INÚMERAS DIFICULDADES, AS POSSIBILIDADES PODEM SE TORNAR CONCRETAS NA MEDIDA DA REALIZAÇÃO DE UM TRABALHO BASEADO EM UM VÍNCULO DE CONFIANÇA E AFETO, FUNDAMENTADO EM UMA PROPOSTA QUE PRIVILEGIE SEU CONTEXTO E MUNDO INTERNO.