Resumen:
A PESQUISA QUE PROPICIOU A ELABORAÇÃO DESTE RELATÓRIO FOI DESENVOLVIDA COM BASE NO REFERENCIAL DA TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SERGE MOSCOVICI. SEU OBJETIVO GERAL FOI ANALISAR AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ACERCA DA AIDS, CONSTITUÍDAS POR UM CONJUNTO DE ALUNOS DO ENSINO PÚBLICO FUNDAMENTAL DIURNO EM CUIABÁ, NOS ANOS DE 2002 E 2003, CUJAS IDADES VARIAM DOS 11 AOS 15 ANOS. OS OBJETIVOS ESPECÍFICOS FORAM IDENTIFICAR E DESCREVER OS SABERES DO SENSO COMUM SOBRE O MODO DE TRANSMISSÃO VIRÓTICA E DE PREVENÇÃO DA AIDS, BEM COMO, AQUELES MANIFESTADOS ACERCA PORTADOR DE HIV. CONSIDERANDO-SE QUE TAL CONHECIMENTO SE CONSTITUI POR INFORMAÇÕES, ATITUDES E CAMPO DE REPRESENTAÇÃO, PROCUROU-SE ENTENDER DE QUE MODO ESTES ELEMENTOS SE ORGANIZARAM NA CONSTITUIÇÃO DAS IMAGENS ACERCA DA AIDS. NO UNIVERSO DE 144 ESCOLAS PÚBLICAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA CAPITAL DE MATO GROSSO, EM 30 INSTITUIÇÕES SELECIONADAS, COM NÚMERO EQUIVALENTE DE 23.906 ALUNOS, 322 CONSTITUÍRAM A AMOSTRA. NA PRIMEIRA ETAPA FORAM APLICADOS 281 QUESTIONÁRIOS, EM SEGUIDA REALIZARAM-SE 41 ENTREVISTAS QUE SE PRESTARAM A UM ENTENDIMENTO E CONTEXTUALIZAÇÃO DOS DADOS DO PRIMEIRO INSTRUMENTO. CARACTERÍSTICAS COMO A IDADE E O SEXO DOS JOVENS INDAGADOS, FORAM LEVADAS EM CONTA, BEM COMO, A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DOS SEUS RESPECTIVOS COLÉGIOS. OS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS FORAM PROCESSADOS PELO SOFTWARE SPSS E OS DISCURSOS, MEDIANTE UTILIZAÇÃO DO ALCESTE. PÔDE-SE ENTENDER QUE O TEMA AIDS É DISCUTIDO PELOS ALUNOS, PRINCIPALMENTE NO ÂMBITO FAMILIAR, COM SUAS PRÓPRIAS MÃES. EMBORA OS SUJEITOS TENHAM INFORMADO POUCA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA NA ESCOLA, AS ATIVIDADES DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARECEM CONCENTRAR-SE NAS AULAS E NOS TRABALHOS DE PESQUISA. AS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS SOBRE ESTA DOENÇA, SEGUNDO INFORMAÇÃO DOS ALUNOS, PARECEM VALORIZAR DISCUSSÕES SOBRE A PREVENÇÃO EM DETRIMENTO, MUITAS VEZES, DO TRABALHO SOBRE ASPECTOS BIOLÓGICOS. SENDO ASSIM, COM ALGUMAS RESSALVAS, APENAS O CONTEÚDO BÁSICO DAS CAMPANHAS GOVERNAMENTAIS APARECE NAS ATIVIDADES EDUCATIVAS. NAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DESSE GRUPO, A AIDS CONFIGUROU-SE COMO UMA DOENÇA INCURÁVEL, QUE MATA. NA RELAÇÃO ENTRE A AIDS E A MORTE, OS DISCURSOS FORAM ANCORADOS EM DOIS SENTIDOS. NO PRIMEIRO, O MEDO DA PRÓPRIA MORTE FOI ARTICULADOR DE MEDIDAS PREVENTIVAS, O DISCURSO PARECE ATRELADO A UM EU QUE SE ESQUIVA, QUE SE DISTANCIA DA DOENÇA. NO SEGUNDO, QUE INFORMA SOBRE O INDIVÍDUO CONTAMINADO, A MORTE É VINCULADA À FIGURA DE UM OUTRO, UM DESCONHECIDO, ATERRORIZANTE, O PORTADOR DA MORTE. EM ALGUNS CASOS, PARECE PAIRAR UMA ANGÚSTIA TÃO DIFÍCIL DE SER SUPORTADA QUE OS SENTIDOS MORTAIS ATRIBUÍDOS À DOENÇA SÃO AMENIZADOS. O VÍRUS PASSA A SER UM BICHINHO DESTRUTÍVEL E O DOENTE, CURÁVEL. AS ATIVIDADES PREVENTIVAS, CONFORME INFORMAÇÕES DOS ALUNOS, PARECEM QUE SE ORGANIZAM EM TORNO DO ENSINO A UMA PARCELA ESPECÍFICA DE ESTUDANTES, CUJA FAIXA ETÁRIA É DE 13 E 14 ANOS. EMBORA O PROFESSOR SEJA CONSIDERADO COMO FONTE DE INFORMAÇÃO SOBRE A AIDS, ELE NÃO SE MOSTRA ACESSÍVEL OU NÃO É PROCURADO PARA O DIÁLOGO. ESSE CONTEXTO É ALARMANTE, JÁ QUE O PURO REPASSE DE INFORMAÇÕES PARECE SER INEFICAZ NA ADOÇÃO DE PROCEDIMENTOS E ATITUDES PREVENTIVAS.