Abstract:
ESTA DISSERTAÇÃO TEVE COMO PRINCIPAL OBJETIVO INVESTIGAR A TRAJETÓRIA DE VIDA E ESTUDO DOS ALUNOS NEGROS DO ENSINO MÉDIO, TENTANDO DETECTAR SE EXISTEM MANIFESTAÇÕES DE RACISMO, DE DISCRIMINAÇÃO E DE PRECONCEITO NAS VIVÊNCIAS DESTES JOVENS ESTUDANTES, BEM COMO, TENTANDO LEVANTAR OS FATORES QUE OS MOTIVAM A ULTRAPASSAR O GARGALO ESCOLAR, APESAR DA RELAÇÃO DESIGUAL EXISTENTE, COMPLETANDO O ENSINO MÉDIO E PREPARANDO-SE PARA ENFRENTAR O VESTIBULAR, DANDO ASSIM, CONTINUIDADE AOS ESTUDOS, BEM COMO, PERCEBER QUAIS SÃO SUAS PERSPECTIVAS PARA UM FUTURO PRÓXIMO. PARA QUE ISTO FOSSE POSSÍVEL, COLETARAM-SE OS DADOS COM TREZE ALUNOS. ELES CONCEDERAM SUAS HISTÓRIAS DE VIDA. A HISTÓRIA DE VIDA É O INSTRUMENTO QUE PERMITE CAPTAR PARTE DA SUBJETIVIDADE, POIS OS NARRADORES CONTAM OS FATOS DE SUA EXISTÊNCIA ATRAVÉS DO TEMPO, DE ACORDO COM O QUE VIVENCIARAM E O QUE ACUMULARAM DE EXPERIÊNCIAS SIGNIFICATIVAS. ASSIM, ESTA PESQUISA TEM CUNHO QUALITATIVO, POIS A FALA DOS DEPOENTES FOI PRIVILEGIADA, DANDO-SE VOZ AOS JOVENS, QUE ESTÃO EM BUSCA DE ESPAÇOS ONDE CONSIGAM PASSAR SUAS PERCEPÇÕES, POIS OS JOVENS GOSTAM DE CONTRIBUIR E DE PARTICIPAR. FORAM ESTABELECIDAS RELAÇÕES ENTRE OS ESTUDOS, PRINCIPALMENTE DE CORTI (2004) E SPOSITO (1999) SOBRE OS JOVENS ATUAIS E NEGROS, BUSCANDO-SE SIGNIFICADOS PARA AS RESPOSTAS OBTIDAS EM NORBERT ELIAS (2000), FRANTZ FANON (1983), GOFFMAN (1982), DAMATTA (1987, 1990), MUNANGA (1999, 2004), SOUZA (1983), OLIVEIRA (1999), TEIXEIRA (2003), CAVALLEIRO (2003) E OSÓRIO (2003) SOBRE AS RELAÇÕES RACIAIS. COM ESTE ESTUDO, CONCLUI-SE ENTRE OUTRAS COISAS, QUE OS JOVENS NEGROS DE TAPURAH TEM UMA PERCEPÇÃO BEM ELABORADA SOBRE A FORMA COMO ACONTECEM AS SITUAÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO, ISTO É, COMPROVAM A IDÉIA DE QUE O RACISMO À BRASILEIRA SE ATUALIZA DIA-A-DIA, ENCONTRANDO SEMPRE NOVAS FORMAS DE EXCLUIR, SENDO QUE AS PESSOAS QUE CONTINUAM SOFRENDO AS CONSEQÜÊNCIAS DESSE PRECONCEITO CONTINUAM AS MESMAS: AS PESSOAS NEGRAS. ENTRETANTO, ESTES JOVENS SE FORTALECEM EM SUA CRIATIVIDADE PARA DRIBLAR AS AÇÕES RACISTAS, POIS MESMO QUE TENHAM UM PERCURSO MAIS ACIDENTADO QUE OS SEUS COLEGAS BRANCOS, DÃO A VOLTA POR CIMA, CONTINUAM SEUS ESTUDOS, POIS QUEREM CONCRETIZAR OS SONHOS IDEALIZADOS E, MUITAS VEZES, UTILIZANDO-SE DE REDES DE APOIO . PORTANTO, É NECESSÁRIO EVIDENCIAR NAS ESCOLAS UMA POLÍTICA QUE RECONHEÇA A LEGITIMIDADE DA REIVINDICAÇÃO DOS JOVENS ESTUDANTES NEGROS, TRADUZINDO O DISCURSO NUMA PRÁTICA PEDAGÓGICA QUE EXERÇA A INCLUSÃO E QUE LHES PERMITA SEREM RESPEITADOS EM TODOS OS SENTIDOS.