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O PRESENTE TRABALHO É UMA TENTATIVA DE RECUPERAR AS TRAJETÓRIAS SOCIAIS DE ESTUDANTES NEGROS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS ? UNICAMP. O OBJETIVO CENTRAL É COMPREENDER COMO A COR DA PELE INTERFERIU E INTERFERE NAS VIVÊNCIAS DOS ENTREVISTADOS, SOBRETUDO, NOS AMBIENTES ESCOLARES, PELOS QUAIS ESTES TÊM PASSADO. O PRESSUPOSTO DESTE TRABALHO É QUE ESTAS TRAJETÓRIAS SERIAM EXCEPCIONAIS, NA MEDIDA EM QUE ESTES ESTUDANTES NEGROS TERIAM SUPERADOS OS LIMITES DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ESTIGMATIZADORAS AO INGRESSAREM NO SISTEMA SUPERIOR DE ENSINO, O QUAL É RECONHECIDO SOCIALMENTE COMO ESPAÇO DE DIFÍCIL ACESSO, PELO SEU PROCESSO DE SELEÇÃO BASEADO NO CONTEÚDO ESCOLAR. CHEGANDO A CAMPO ME SURPREENDI, POIS ENCONTREI UMA REALIDADE DISTINTA. HAVIA UM GRUPO DE ESTUDANTES NEGROS CUJAS TRAJETÓRIAS DE VIDA NA COMPUNHAM O DESCRITO NA BIBLIOGRAFIA. ENCONTREI JOVENS ESTUDANTES NEGROS CUJAS HISTÓRIAS DE VIDA NÃO SE DIFERENCIAVAM EM QUASE NADA DOS OUTROS ALUNOS UNIVERSITÁRIOS. DISSE QUASE NADA, POIS A COR DA PELE, NUM PRIMEIRO MOMENTO, PARECIA SER SUAS ÚNICA DIFERENÇA. ASSIM, AO TERMINAR MINHAS ENTREVISTAS TINHA UM QUADRO INTERESSANTE: UM GRUPO DE ESTUDANTES NEGROS CUJAS TRAJETÓRIAS SOCIAIS ERAM SIMILARES A DE OUTROS ESTUDANTES JÁ RELATADO EM OUTROS ESTUDOS (TEIXEIRA, 2003 E QUEIROZ, 2001), OU SEJA, ENCONTREI TRAJETÓRIAS SOCIAIS DE ESTUDANTES NEGROS COM MENORES CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS ? O QUE JÁ ERA ESPERADO, OU MELHOR, ERA SÓ O QUE ESPERAVA; ENCONTREI, TAMBÉM, NO ENTANTO, TRAJETÓRIAS SOCIAIS DE ESTUDANTES NEGROS, CUJAS CONDIÇÕES SOCIAIS OS APROXIMAVAM DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO PADRÃO: JOVENS, COM PAIS COM ALTO NÍVEL DE ESCOLARIDADE E COM RENDA FAMILIAR ELEVADA. (SAMPAIO, 2000). CONCLUO QUE O ESTIGMA DA COR DA PELE NAS TRAJETÓRIAS ESCOLARES E ACADÊMICAS DOS ENTREVISTADOS CONSTITUI UM ELEMENTO CENTRAL PARA UM PERCURSO DE HIPERCORREÇÃO E SILENCIAMENTO SOBRE SITUAÇÕES DE CONSTRANGIMENTO NOS ESPAÇOS EDUCACIONAIS. |
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