Abstract:
Esta dissertação investiga a percepção do espaço físico e social na cidade contemporânea e como nela se conformam as identidades e se constrói o sentimento de pertencimento. Para isso, é necessário que se entenda serem esses espaços da esfera urbana, complexos e transitórios, e por isso mesmo, referências em constante mutação. Essa mutação exige processarem-se múltiplos códigos perceptivos que conformam o imaginário de seus habitantes e as inter-relações que eles estabelecem com as esferas do urbano. Em função disso, novas estratégias cognitivas devem ser desenvolvidas ao se empreender leituras sobre a cidade e acessar os dados específicos de seu contexto. Assim, considerou-se que as manifestações do movimento hip-hop, configurando-se como expressões culturais tipicamente urbanas e contemporâneas, podem ser entendidas como um dentre esses muitos dados específicos que conformam e representam a cidade atual. O rap, estilo musical do movimento hip-hop, serve para mediar o acesso às principais referências e modos em torno dos quais se estruturam o cotidiano e imaginário urbanos de uma parcela da sociedade da cidade atual, principalmente a dos jovens pobres moradores de suas periferias. Portanto, a fim de que sejam compreendidas tais questões relativas à cidade, esta pesquisa trabalhou com a análise das representações que as músicas rap, especificamente aquelas produzidas nos anos 90 do século XX, fazem da cidade de Belo Horizonte. Através das análises das suas narrativas, verifica-se em quais esferas e através de quais elementos se experienciam e identificam os espaços social e físico da cidade contemporânea e se ela ainda pode ser pensada como referência simbólica.