Abstract:
Esta dissertação está no contexto histórico, social e político brasileiro. Nela buscamos produzir uma reflexão crítica sobre a categoria trabalho, e a identidade do trabalhador, resgatando os seus sentidos ontológico e histórico, sua centralidade na produção dos seres humanos e da vida material, e problematizar o que se convencionou denominar de crise do trabalho assalariado, crise da sociedade do emprego ou ainda de crise da sociedade industrial. Analisamos, do ponto de vista da totalidade social, os determinantes e condicionantes produzidos pelas metamorfoses do capital e do capitalismo mundializado, no mundo do trabalho e suas repercussões nas estratégias da CUT, nos anos da década de 1990. Historicizamos o novo sindicalismo e a Central Única dos Trabalhadores, analisamos sua presença na história recente do país enquanto sujeito político concreto, e as metamorfoses de sua política nas relações com o capital, até que ponto essa relação significou uma adaptação à ideologia do capital. Resgatamos e analisamos, em perspectiva histórica, a relação entre educação e qualificação profissional e reestruturação capitalista no Brasil, as políticas desenvolvidas pelo Estado e investigamos os pressupostos político-pedagógicos dos programas de formação desenvolvidos pela CUT nos anos da década de 1990. Conhecemos criticamente, nos aspectos concretos e objetivos, a concepção, implantação e desenvolvimento do projeto político-pedagógico do Programa Integrar, de Elevação de Escolaridade em Ensino Fundamental e Requalificação Profissional, no Estado do Rio de Janeiro (no período de 1997 a 2002) e as estratégias políticas da Confederação Nacional dos Metalúrgicos nele inseridos. Procuramos demonstrar que a relevância deste programa está na fecundidade contraditória que ele é portador, quando, ao mesmo tempo em que resgata a dignidade, realimenta a esperança e desenvolve o exercício da cidadania e da participação ativa dos trabalhadores na esfera pública da sociedade, enfrenta limites e possibilidades de aplicação de políticas compensatórias, de adequação à lógica neoliberal e ao novo projeto de mundo do capitalismo.