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O SENAI, instituição criada no Brasil em 1942, no Espírito Santo tem sua primeira experiência nas oficinas de reparação de vagões e locomotivas a vapor da Estrada de Ferro Vitória-Minas, em João Neiva/ES, em 1948. De 1948 a 1972, utiliza como modelo de formação profissional, a formação de menores, em idade de 13,5 anos através da aprendizagem monotécnica sem educação geral. No início da década de 1970, o Espírito Santo já possuia uma demanda significativa por mão-de-obra qualificada que, ia além das necessidades da CVRD, mas ainda não equivalia às necessidades das grandes indústrias implantadas a partir do final da década de 1970. A partir de 1970, o SENAI no Espírito Santo implanta o modelo da aprendizagem multitécnica com Educação Geral, onde o leque formativo de ocupações por curso é ampliado, além de agregar-se ao ensino supletivo de 5ª a 8ª série. No início da década de 1980, o SENAI começa a retirar a Educação Geral priorizando cada vez mais a formação estritamente profissionalizante. Em 1994, o SENAI, além de abolir definitivamente a Educação Geral, abandona progressivamente os modelos dos cursos de longa duração. O SENAI não se tornou nos anos de 1971, 1984 e 1994 um pré-requisito indispensável para empresas anunciantes de emprego nas funções correlatas com os cursos oferecidos pela instituição. Só na passagem de 1998 para 1999 que isso ocorre. No caso das principais indústrias capixabas ocorrem mudanças importantes, a partir de 1996, notadamente em seus setores de manutenção de maneira a modificar os requisitos de qualificação e de escolaridade. Essa reestruturação ocorre nas suas formas tecnológica e organizacional, que se caracterizam pela tercerização e pela incorporação de microeletrônica no controle dos processos produtivos. Esse processo redesenha o perfil dos mantenedores, substituindo os tradicionais eletricistas e mecânicos formados pelo SENAI por técnicos de nível médio e tecnólogos. Não obstante isso as empreiteiras revalorizam a credencial e a certificação do tipo EEQUAL conferido pela instituição. Na busca de novas fontes de receita, o SENAI estabelece como sua estratégia básica: o fornecimento de cursos rápidos e pagos. O modelo vigente nas escolas é preponderantemente voltado para os trabalhadores adultos das empresas e/ou pessoas que querem aumentar as suas chances no mercado de trabalho. As transformacões nos processos produtivos e a redução de receita no SENAI podem estar comprometendo as principais contribuições históricas da instituição, resultando naquilo que apontou Cunha (1997) como autoprivatização do SENAI e que, caracterizamos como pulverização formativo dos modelos de aprendizagem industrial sob a égide do modelo das competências e da crise do Estado de Bem Estar. |
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