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No estudo da história da Educação Popular da Paraíba dos anos sessenta e setenta, objeto de várias pesquisas de uma das linhas de pesquisa do Mestrado em Educação da UFPB, registra-se uma grande atuação de pessoal ligado à Igreja Católica e envolvido em movimentos populares e campanhas de alfabetização. A própria Arquidiocese, animada pelas sugestões do Concilio Vaticano II (1962-1965) e pelos estímulos operativos oferecidos pelos bispos latino-americanos em Medellín (1968), se dedicou a um renovado trabalho de formação de sua base, procurando
reduzir a distância (a da sua cúpula em particular) com o meio popular. Formação que, pela conjuntura da repressão militar, se tornou ponto de referência e lugar de resistência para a sociedade civil.
A pesquisa apresenta, em sua conjuntura ecíesial e sócio-política, uma das iniciativas pastorais da Arquidiocese, no período do arcebispo Dom José Maria Pires: a chamada 'Ação Pastoral Igreja Viva' (1969-1973), que se propôs a divulgação de uma nova imagem de Igreja e a atuação de grupos na base que a encarnasse concretamente. Para dar conta disso, analisamos os documentos do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese e escutamos os depoimentos de alguns entre aqueles que vivenciaram a iniciativa pastoral, na cúpula e na base. Uma rica bibliografia nos ajudou depois a traçar o contexto e a problematizar o material coletado. Ao final, chegamos a construir esse relato que veio se definindo dividido em quatro partes, interligadas, mas bem diferentes entre si.
Na primeira parte, apresentamos o próprio processo da pesquisa: de qual lugar social
analisamos, qual o nosso ponto de vista,
quais os pressupostos e quais os objetivos e as finalidades, apontando perguntas e escolhas. Na Segunda Parte, há a apresentação mais í específica da 'Ação Pastoral Igreja Viva', a partir do seu contexto, seus objetivos, as atuações, deixando amplo espaço aos documentos e aos depoimentos, cuja organização e seqüência foi
'f pensada a partir de algumas questões abertas e de inquietações que afetam a Educação Popular.
"í Como em uma digressão, mas fundamental para nós, a Terceira Parte deixa a palavra a um ;! grupo da base. Um grupo que os coordenadores da pastoral diocesana nos apontaram como grupo 'Vivo de Igreja'. Por meio deles aprendemos lições de estratégia e de pedagogia popular, ajudando-nos a olhar o período analisado por um outro olhar, original. Na Quarta Parte, enfim, umas considerações educativas. Não uma conclusão, mas um balanço. Balanço ao fim da pesquisa e balanço ao chegar a uma etapa da vida, na conclusão de um ciclo de estudos. Uma
espécie de meditação diante do espelho, como educador, como sonhador, como pessoa desafiada a esperar e procurar rumos honestos e férteis para o amanhã.
Quatro partes, e quatro linguagens diferentes. Como riachos que por diferentes percursos e correntezas chegam para enriquecer o mesmo rio, oferecendo suas águas. Na esperança de contribuir para nos tornarmos sempre mais humanos, educando-nos juntos. |
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