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Esta tese busca o entendimento do processo varitível da emergência étnica Puri no entorno do PARQUE Estadual da Serra do Brigadeiro na Zona da Mata de Minas Gerais. Essa Cultura Puri se viu silenciada e invisibilizada durante os últimos duzentos
anos, quando da produção ativa da ausência dessa formação social. Entretanto, a partir
da Educação Popular, seu processo intercultural de hibridação possibilitou aguardar uma conjuntura propícia para manifestar seu processo de recriação de identidades.
Através de entrevistas, de rodas de narração de histórias e das notas de campo em comunidades rurais do município de Araponga recupera-se fontes orais que balizam esta
tese. Capta um encadeamento discursivo recorrente entre as idéias de violência, de
fabulações naturalísticas e da vontade de liberdade cotidiana.
Se inscreve na tradição brasileira e latinoamericana da crítica cultural como motor da transformação social, tais como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Otávio Ianni e Florestan Fernandes. Associa-se ainda à saga colonial migratória, além de recolocar a temática dos movimentos sociais, tanto globalmente quanto localmente. Toma como referências teóricas os estudos de Raymond Williams e de Boaventura de Sousa Santos. Williams, publicou acuradas análises educacionais e culturais a partir da crítica ao stalinismo e ao determinismo histórico. Com a configuração do materialismo cultural chega à noção de estrutura de sentimentos e a conceitos no plano social que se interrelacionam complexamente hegemonia, residual e emergencial. Já Santos foca sua produção no reforço a uma globalização alternativa. Critica o monoculturalismo do saber e a razão indolente, através da inteligibilidade dos movimentos sociais e da ecologia de saberes.
Enfatiza a territorialidade cultural do sul do mundo para a constituição de uma outra
temporalidade e da dilatação do tempo presente, o que aprofunda as análises de longa duração. |
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