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Este estudo procura identificar como a maternidade precoce participa do processo de reprodução social da pobreza, em adolescentes de baixa renda. A pesquisa foi realizada na Vila das Aeromoças, comunidade que localiza-se na UR-5 - Região Metropolitana do Recife. Como estratégia metodológica o estudo utilizou o método de estudo de caso, por considerar o caso uma unidade significativa do todo e revelar a multiplicidade de aspectos globais, presentes em uma dada realidade, possibilitando a reconstrução dos fenômenos observados. Como instrumentos de coleta de dados, a pesquisa utilizou o questionário e a entrevista semi-estruturada. O referido estudo foi desenvolvido entre março-2001 e junho-2003. A literatura sobre a pobreza é vasta, reflexo de um "fenômeno" que é antigo e que relaciona-se com diversos outros aspectos da sociedade e não apenas com o econômico. Entretanto, essa vasta literatura não é homogênea. Diversas correntes de pensamento embasam as explicações para a pobreza, fato este que possibilitou uma reflexão mais ampla do seu desenvolvimento ao longo do tempo. O mesmo não acontece com os estudos sobre adolescência e maternidade. O conceito de adolescência é muito recente, e devido à própria transformação que a sociedade vem passando, encontra-se em pleno desenvolvimento. Os estudos sobre saúde sexual e reprodutiva, dentro dos quais inclui-se a maternidade, ganham contornos mais específicos a partir da década de noventa, apoiados nos estudos de gênero, o qual passa a questionar o papel das mulheres em relação ao homem na sociedade. A saúde reprodutiva, especificamente, é um tema bastante recente. Por um lado, isso é bom. Significa que temos um longo percurso a percorrer na formulação daquilo que desejamos que entre na pauta dos direitos sexuais nos contextos onde debatemos e atuamos. Por outro lado, limita nossas análises, uma vez que a produção ainda é dispersa e fragmentada. A análise de gênero foi utilizada objetivando às mulheres, especificamente, às mulheres adolescentes, dentro do planejamento de ações referentes à saúde sexual e reprodutiva, possibilitando que essas ações não limitem-se a priorizar a renda como indicativo de dificuldades, mas considerem as relações de gênero, tendo em vista as transformações ocorridas nas últimas décadas. |
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