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O objetivo central desta pesquisa foi analisar os dispositivos e as representações sociais da sexualidade presentes na organização escolar e suas referências para a produção de subjetividades. Para subsidiar teoricamente este estudo, construímos uma sociologia da sexualidade a partir dos referenciais de Michel Foucault e da sociologia clínica, em particular de Eugène Enriquez. Os procedimentos metodológicos foram estabelecidos a partir de uma tipologia de instâncias: institucional, organizacional e das práticas discursivas. Este estudo aponta para as seguintes considerações: a) a desconsideração das diferentes manifestações da sexualidade, como a homossexualidade e sua estigmatização por parte da organização escolar, gera situações que expressam formas de discriminação e de violência; b) de maneira articulada a este processo, observa-se o silenciamento acerca da sexualidade e de suas múltiplas possibilidades de expressão, revelando uma das operações mais ativamente envolvidas na produção das subjetividades na prática da organização escolar. A representação social da sexualidade na instância institucional indica a sua multiplicidade, apontando diferentes formas de expressão, como a homossexualidade; nas organizações escolares, expressa a sua fixação biologizante e naturalizada; e nos discursos dos adolescentes, são apreendidas como: ficar, virgindade, gravidez na adolescência e homossexualidade. Foram constituídos três grupos para análise: 1° composto de estudantes de 13 a 17 anos, de ambos os sexos, da escola pública estadual (A) e da rede privada (B) do Recife; 2° composto pela direção e professores destas escolas; 3° composto por profissionais que elaboraram o programa de educação sexual das escolas de PE. A apreensão das representações sociais foi feita a partir de técnicas qualitativas, e a análise de conteúdo foi empregada como procedimento de análise. |
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